História de Guarda Volta |
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Em período medieval, a Guarda faria parte de uma malha de fortificações, sendo uma das mais importantes na escala hierárquica. Desta malha faziam parte outros castelos que teriam como função a defesa da fronteira com Castela e Leão, e da portela natural de travessia da Serra da Estrela. Do castelo da Guarda é possível um contacto visual com outras fortificações, como o Castro do Jarmelo (com ocupação medieval), Celorico da Beira, Trancoso, entre outros. Foi a posição de destaque da cidade face ao território envolvente e
compreendendo a importância de uma cidade poderosa no local em questão
que levou D. Sancho I a atribuir foral à Guarda, a 27 de Novembro de
1199, visando o seu desenvolvimento e prosperidade.
A história da cidade da Guarda, nomeadamente do planalto que o Centro
Histórico ocupa, tem início em época medieval, com os alvores da nacionalidade
portuguesa . É sobretudo com o avanço do processo da reconquista até
à linha do Mondego, com a conquista da cidade de Coimbra, que os
monarcas portugueses se vão preocupar com a criação de mecanismos de
defesa que permitam a formação de barreiras face aos avanços almóadas
e leoneses para territórios recentemente conquistados. Assim, a instalação
de pequenas comunidades em locais estratégicos, as atalaias, era um
processo urgente de implementar, como forma de defender a fronteira e as
portelas naturais. Este será o caso da cidade da Guarda, cuja génese corresponde a uma
pequena fortificação, conhecida como a Torre Velha, localizada na zona
do Torreão. Como afirma SOUSA a cidade antes da atribuição do foral
"[...]mais não seria que uma comunidade de pequena dimensão,
dinamizada por colonos da região, mas também por alguns francos,
guardada por uma pequena atalaia ou torre - uma guarda - que vigiava a
circulação de gentes e bens que percorriam a via colimbriana, o
principal eixo de penetração no planalto beirão." (SOUSA,
1999: 15).
As cidades portuguesas apresentam, no século XII, várias características
comuns: muralhas de forma triangular ou trapezoidal, localizadas ao
longo de uma colina, sobre um rio, com distinção entre a cidade alta,
a alcáçova e a almedina (a cidade baixa). Um dos marcos de referência das cidades medievais são as igrejas do
interior do perímetro muralhado, que terão certamente influído na
organização espacial do núcleo habitacional, levando a uma
hierarquização das ruas. Em 1260 são referidas as igrejas do espaço intra-muralhas: S. Vicente,
Santa Maria da Vitória ou do Mercado, Santa Maria Madalena (próxima da
Sé, a Este) e S. Tiago (a leste da Sé) . No interior das muralhas
definiam-se vários bairros, sendo os mais conhecidos S. Vicente, a
judiaria (ambos na mesma paróquia) e Santa Maria do Mercado. Desta forma, torna-se evidente que existe no
Concelho da Guarda um vasto Património Cultural, com vestígios de
Comunidades Humanas desde tempos remotos. O seu estudo e conhecimento são
essenciais na tomada de consciência do nosso passado comum, que é de
todo o interesse preservar. |